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Karma Yoga: 1. identificando um problema.


Nossos problemas aparecem onde apontamos o dedo, é certo. Quanto a causa ou origem dos problemas, também é certo que insistimos na velha prática de apontar no sentido contrário: para fora de nós. Isto já sabemos é a primeira correção que se compreende na prática do Yoga. Além desta e outras, há uma correção particular a se considerar: Alguns problemas estão… não apenas para que lhes encontremos a solução, mas sim para que lhes vivamos. Com este verso Dae Son mostra que nos problemas da vida, é preciso fazer a distinção entre os que exigem uma atitude de batalha, de conquista, de resolução como se fossem grandes males, contra os quais responsavelmente, temos que lutar para extingui-los do mundo - e nisto imprimir o sabor de vitória almejada. Distinguir daqueles onde, contrariamente, é preciso baixar as armas do enfrentamento, da guerra ou a euforia de vitória certa e aprender o valor das derrotas íntimas que, dentro de cada um, vamos sofrendo dia-a-dia. e que são em maior número.
foto Lori de almeida - Spain - "la Jota"

Nesta distinção, muda não apenas o sentido do dedo, que aponta para o problema. Muda também o vetor de conhecimento: se antes o conhecimento vinha de fora, agora devemos nos enfrentar ao autoconhecimento, que diferentemente, vem para especular nossas debilidades internas, nossas idiossincrasias e padrões inconscientes. Dae Son nos revela outra orientação para a verdade que buscamos: Se conhece a verdade para mudar-se a si mesmo... não a realidade. E quando se juntam verdade/problema, outros poetas afirmarão que grande parte dos problemas não se solucionam com a verdade, quando ela mesma pode dar origem a problemas ainda maiores e mais graves. Por isso o compromisso com a verdade é íntimo e dolorido. Nem sempre se vence com a verdade. Está feita para que enfrentemos a nós mesmos primeiramente - e com isto, a origem de muitos de nossos problemas. Escrevi há algum tempo um diálogo fictício entre dois autores que pode ilustrar algo:

Un tal Poe dijo que  “no hay nada más motivador que la desesperación”.

foto Lori de Almeida - Urubici  - SC
A lo que un tal Cioran contestó:
- “Sí, allí donde la desesperación te ha tomado las riendas de tu vida ¡Pierde por favor! Asume tu derrota y sufre. ¡Ten coraje y pierde, por favor¡

- ¡Bebe el amargo! Con todo lo que encuentres del dolor íntimo en tu alma - atragantate en tus sollozos - y luego, tragatelos de sorbo en sorbo, y haz cuenta de cada uno. Descansa tu llanto a la sombra de la resignación.

- El coraje no es lo que te imaginas. No te traerá la victoria, la superación, la solución final a tu problema-cualquiera, a tu dolor o lo que sea que te esté hundiendo la realidad. Esto es cine, publicidad, lo has visto en la tele o en la literatura fácil.

- Él surge solamente después de la derrota, si la asumes: eso es lo primero. Si llegas pronto a esto, lucharás menos y guardarás tus fuerzas para enfrentarte a otra etapa aún más dura: la de la resignación.

Cuando esté en ello, ten el coraje para mirar adelante y busca algo o alguien a quien le importe tu desdicha ¡Ten coraje! Pues al fin y al cabo, estarás solo…

¡Ponte quieto! Sobretodo, ponte quieto.

Un tal Poe apeló “me falta aprender mi propia soledad, para entender mi silencio.”

Un tal Cioran insistió “¡Ten coraje y ponte quieto! Húndete en la quietud y apacigua tu alma… calma tu aliento y cesa tus jadeos.
Abandona los juicios que haces de ti y de los demás, también los que hiciste de tus palabras y de las palabras ajenas. Bórralos las huellas y el pasado de la memoria.

No te iludas, no es el coraje que se luce cuando la victoria está garantizada, no te ilusiones por el apoyo de los jaleos.

¡Pruébate! Saca el coraje de donde no la hayas.

Forte! Mas também é literatura. Se o Yoga mostra o sentido mais adequado para apontar-se o dedo, também aponta o perigo das conclusões literárias. Se por um lado, não devemos enfrentar os problemas como vitórias a se alcançar; devemos aprender por outro, não enfrentá-los como derrotas assumidas. E supostamente nem como tragédias, comédias, paradoxos ou absurdos.

Estes conteúdo (comédia, batalha, tragédia, etc.) que acrescentamos aos sucessos e eventos de nossa vida, não estão no sucesso e nos eventos em si. Neles vamos acrescentando os penduricalhos de nossos atavismos - ou para se dizer em outro idioma epistemológico, de nosso inconsciente coletivo. Quanto à justificativa para as incorreções do inconsciente, vamos levar em consideração que: encontrá-la também não é o objetivo e nem a atitude apropriada diante dos problemas.

Resignação, silêncio, individuação e quietude são as atitudes elementares diante dos problemas apresentadas neste diálogo-ficção entre Cioran e Poe que escrevi. Logo em seguida, acalmar e apaziguar as emoções - que estão impregnadas em nossa recepção e expressão dos problemas - Calma, paz e quietude são estados que se alcançam sem ação - e sem reação: são intenções sem ação. Nestes estados teremos acesso às qualidades que nos falta desenvolver: atenção, concentração, discernimento, contemplação e a meditação. Uma espécie de limpeza do espírito para evitar que a inconsequente mão de nosso inconsciente tome as rédeas de nossas reações diante dos problemas. O pintor catalão Antoni Tàpies, admirador confesso da poesia de Rabindranath Tagore - e após manter contato com o pensamento indiano - confessava, em entrevista de 2004, uma intuição exemplar:

Un día traté de llegar directamente al silencio con más resignación, rindiéndome a la fatalidad que gobierna toda lucha profunda. Los millones de furiosos zarpazos se convirtieron en millones de granos de polvo, de arena... Ante mí se abrió de repente un nuevo paisaje, igual que en la historia del que atraviesa el espejo, como para comunicarme la interioridad más secreta de las cosas”.

Fuga? Racionalização? Sublimação? Repressão? Compensação? Transferência? A teoria psicanalítica alerta: estes mecanismos não podem resultar em conflitos dinâmicos entre as forças conscientes e inconscientes do indivíduo. A racionalização por exemplo, é um mecanismo conflitivo para a psicologia Yoga. A teoria yogui para a subjetividade reconhece na racionalização uma ação, uma reação e uma intenção, muitas vezes egóica. Ela opera inevitavelmente, com conteúdos mentais (intenção), conteúdos emocionais (percepção/reação) e conteúdos corporais (ação e expressão) que podem estar diretamente relacionados ao princípio da individualidade - o Ego.
Tanto psicanálise quanto o Yoga concordam que a personalidade egocêntrica é o primeiro obstáculo a ser reconhecido, e logo em seguida, superado, na caminhada do indivíduo em direção a sua realização (Yoga) ou individuação (psicanálise). O verso 11 capítulo cinco do Bhagavad Gitã apela para que a purificação do corpo, da mente e do espírito passe por ações sem apego e abandonado do eu:
Kâyena manasâ buddhyâ / Kevalair indriyair api
Yoginah karma kurvanti / Sangam tyaktvâtma suddhaye

Na personalidade egocêntrica toda e qualquer manifestação do espírito estará com sua compreensão perturbada pelos atributos negativos do princípio da individualidade: o desejo, o ódio, a raiva, a ambição, o apego, o orgulho e a soberba, a malevolência, o ciúme e a inveja. Se para muitos escritores o Karma é resultado de uma lei de responsabilidades na qual toda a ação física, emocional ou mental gera um efeito, por intermédio de uma cadeia de causalidades, ligadas direta ou indiretamente ao seu fato gerador… e … em todas as ações e opções de nossa vida, quer individual ou coletivamente, está sendo gerado um carma correspondente… que por fim dará o contexto da experiência humana que participamos...

Sim…Pensaremos em responsabilidades. Certamente não se pode jogar com o destino dos demais, apenas por atender a estes efémeros atributos do egocentrismo, que não passam um dia sem reclamar sua atenção em nossas vísceras, em nossa mente e em nosso sexo. Se estes atributos do ego conseguem identificar-se com nossa mente e nossa personalidade, daremos origem a uma conduta pessoal desequilibrada em algum momento ou lugar, em nós mesmo ou em outrem. Imediatamente agora ou em algum depois.

Mas antes de ansiar-se pelo destino dos demais poderíamos atender ao nosso próprio destino. Não por individualismo, nem por egoísmo, mas primeiramente para purificar nossa mente, nosso corpo e nosso espírito. Nossa própria experiência humana pessoal, não deveria estar a mercê dos caprichos do ego - do inconsciente coletivo, da cultura de massa e seus atavismos - se queremos gerar um novo contexto para ela.

O silêncio é a primeira disciplina de auto-purificação. Ele é a disciplina, o objeto, o sujeito e um fim em si mesmo. Silenciar as vozes dos atos e fatos passados que ocupam nossa mente, espírito e emoções; silenciar desejos, silenciar raiva, ódio, ciúme ou inveja, etc.; oferecer a cada um deles uma dose diária - pelo menos - de nosso silêncio por ele mesmo. Antes de desejar calar aos outros é preciso aprender do próprio silêncio.

"Solicitou Dae Son: - Calem-se, por favor! Demasiadas palavras podem ofuscar o brilho das pérolas, que o silêncio cultiva em nosso coração."

Em outros níveis de consciência se fala de comunicação através do silêncio. Possivelmente os que alcançam este nível com regularidade devem ter desenvolvido outras habilidades perceptivas para comunicar-se. Nossa cultura do discurso não prevê silêncio na comunicação: nem mesmo entre quem fala e quem ouve. O belíssimo trabalho de David Le Breton sobre o silêncio nos ilustra os ruídos produzidos na alma humana atualmente, pela necessidade de fala e relevância (manifestação) que salta dentro de cada boca e de cada frase que hoje pisa a terra. Fazer silêncio, nos dias de hoje, se parece a fazer caminhada para trás; ao contrário, um potencial comunicativo de largo alcance e retumbante sonoridade é a ferramenta que todos desejam ter  o controle.

Encontro-me pessoalmente neste ponto: fiz silêncio. Diminuíram próprias e alheias culpas. Diminuíram muito o tamanho dos problemas. Com isso o ego vai voltando pouco a pouco a se reconhecer. Mas segue sem encontrar seu lugar, sua paz e ainda reclama saldar compromissos com minha auto suficiência, autonomia e desapego. Há algo de ansiedade por trás, sem dúvida - e acho que é o mais arraigado que se encontra em meu espírito no momento. Tenho que abandonar a prática de buscar justificativas para tanta ansiedade.

foto Lori de Almeida - São Joaquim - SC
Já sei onde e como apontar o dedo; já desconstruí os problemas, me falta entender que a ansiedade também pode ser vivida, sem ser avidamente solucionada. Tenho que escutar o que ela está contando.

Meu tao poema.

Nada peça em teu favor
Pois o mundo não dispôs
Nada ante ti contra.
A vida é ocupar um lugar em movimento.
Os ocupantes muito atrás
São como os  muito em frente
Um dia se nada a favor
Outro contra-corrente.
Ora longe partida para voltar de
Triste chegada.
Ora longe chegada para vencer
Tardia partida.
Que a mente não esteja ausente
Onde o corpo esteja presente.

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